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segunda-feira, 12 de março de 2012

Reflexão

 Por Rose Oliveira
Em meu silêncio ecoa um grito ensurdecedor de desabafo, surpresa, tristeza e tudo que horas, dias, anos vividos estiveram engolidos e abafados em algum lugar do meu ser esperando um momento para aflorar, porém esse momento sempre esteve longe, muito longe.


De repente surge uma dor fina como se fosse uma agulha invadindo coração a dentro, dor que me persegue dor que dói fundo, dor que vem trazendo consigo olhos marejados e na sequência lágrimas que não conseguem ficar contidas como a muito tempo se mantinham, lá quietinhas resistindo bravamente a tudo, agora rolam por minha face sem medida, sem rodeios e sem parar.


Um lado quer ser racional mas o outro lado sofre, não se acanha de se entristecer, não consegue segurar o choro e nem desatar um duro e apertado nó na garganta.O nó é um bolo difícil de engolir, então a boca resseca o pensamento aflito faz acelerar um coração machucado, dolorido e a respiração entrecortada me faz ver que quero um ombro, quero ser forte, quero ter coragem. Quero e preciso desabafar.


Pensar, fazer, mudar, manter como está, tudo precisa de coragem .
O nó na garganta cada vez mais apertado, a cabeça girando em busca de um cantinho onde possa ancorar sem sentir a funda dor da decepção, vontade de tudo e ao mesmo tempo, de nada.


Em alguns momentos os sentimentos se misturam,se separam e entram em combate, sentimentos de amargura se contrapõem com outros de revolta, mágoa e insegurança.Sentimentos solitários que são meus, só meus de mais ninguém,.só eu sei, só eu sinto, são meus, envolvidos numa névoa de incertezas, de extremo abandono, sentimentos solitários porque não há mais tempo, solitários porque não há mais gosto e mesmo no meio de muitos, de multidões são solitários porque são meus, só meus, conhecem minha história, me acompanham nesse caminho sem volta, me levam, me empurram , estrada afora, ás vezes abismo abaixo, mas o que mais me deixa de alma doída é a certeza de que falta pouco, muito pouco pra tudo calar, tudo mudar,tudo acabar.




O acabar muitas vezes pode ser sinônimo de recomeçar, de renovar por que não?
Para que assim seja é preciso desfazer o nó da garganta ou pelo menos afrouxá-lo, é preciso também aceitar,secar a lágrima molhar os lábios e abrir um sincero e alegre sorriso, reconhecer que a vida é o que é e que a felicidade está ao nosso alcance.É preciso também não descuidar de você, não esquecer de si em prol dos que te rodeiam , que são muitas vezes impiedosos com seus sentimentos e mais que isso são os que você pensaria em contar em seus momentos mais difíceis mas que agora para eles também o medo de encarar essa realidade os fazem distantes, arredios e severos.


Mesmo sabendo que existem amarras ou armadilhas que caímos que nos danificam, nos tira o bem mais precioso de todo ser humano que é a liberdade;de ir e vir, de pensar, de agir, de aceitar ou não, de se impor.Liberdade de decidirmos o que é melhor para nós, liberdade de ser livre, de não se prender a sentimentos de comprometimento pelo simples fato de você um dia não ter acreditado em você, de ter tido uma infância tão dura, mas tão dura que o conformismo com pouco acabou te tirando o direito a querer mais, a entender que você merecia e merece mais.


O fim vai chegar isso é fato, mas quem saberá quando e como?
Em meu momento de reflexão penso que posso esperar por ele de cabeça erguida, mesmo que triste, estarei com minha consciência tranquila de que tudo fiz por merecer que chegue lentamente sem me assustar, sem me maltratar, que chegue não com jeito de fim e sim de recomeço.Que sentimentos de solidão, dores e tristezas fiquem para trás e que venham os sentimentos de força, renovação,sossego,  compreensão e tolerância com os que não enxergam que a vida passa num piscar de olhos, mesmo marejados, a vida passa como passa aquela dor fininha em meu coração, passa como a lágrima que insiste em rolar.A vida vai, a saudade ficará, e o tempo...ah o tempo... esse se encarrega de nos mostrar que:


" Tudo vale a pena quando a alma não é pequena"

 (Por Rose Oliveira)

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